Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Um despacho divulgado pelo G1 contesta a versão dos fatos apresentada pelo senador Sérgio Moro (União), que afirmou nunca ter requerido interceptações telefônicas ou gravações contra autoridades com foro de prerrogativa de função - é o direito que têm deputados e senadores, entre outras autoridades, como presidente e ministros, de serem julgados somente por instâncias superiores.
O documento foi assinado por Moro em 2005, estabelecendo uma colaboração com o ex-deputado estadual do Paraná, Tony Garcia. Por escrito, o hoje senador solicitou que o então parlamentar gravasse conversas de deputados federais e do então presidente do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), Heinz Herwig.
Assim como outros documentos deste mesmo período, o despacho está sob posse do Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga acusações feitas por Garcia contra o senador. O ex-deputado revelou que foi usado por Moro para cometer crimes.
Em nota, Moro declarou que "a investigação citada ocorreu entre 2004 a 2006, há quase 20 anos, quando era outra a prática e a jurisprudência". O ex-juiz federal também pontuou que "a gravação do Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual foi realizada pelo entendimento da época de que a gravação por interlocutor sequer dependia de autorização judicial".