O governo da Bahia deve lançar, em outubro, os editais de licitação para elaboração de anteprojeto e de execução das obras da expansão do metrô de Salvador até o Campo Grande. O Aratu On obteve acesso a uma planilha interna da gestão estadual, que estima que as intervenções devem custar cerca de R$ 1,4 bilhão.
De acordo com as projeções do governo, que podem ser alteradas, o primeiro edital deve ser publicado no dia 1º de outubro, cujo objeto é a obra para a chamada “expansão sul”. Esta licitação tem custo estimado de R$ 1,3 bilhão.
O segundo edital tem valor estimado de R$ 110 mil, e deve ser disponibilizado no dia 20 de outubro, com intuito da criar sistemas para o modal.
O Aratu On pediu esclarecimentos ao Governo do Estado, que afirmou que “não tem conhecimento sobre os documentos”.
Em nota, a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB) declarou que “a mobilidade urbana é um compromisso do Governo e uma prioridade do governador”.
HISTÓRICO
A obra até o Campo Grande marca o início da expansão do sistema metroviário até a Barra.
O ex-governador Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil, prometeu, em 2019, que esta primeira estação seria entregue em 2022, último ano do seu governo. A promessa, contudo, não foi cumprida.
Em maio, o Aratu On produziu matéria delineando o contexto da expansão, cujos estudos, segundo a CTB, estava em fase de estudos.
Especialistas consultados pela reportagem criticaram o governo e consideraram que havia falta de transparência no processo. Os estudiosos reclamam da ausência de discussões com a sociedade civil sobre o tema.
O QUE SE SABE ATÉ AGORA?
As primeiras licitações para construção do metrô ocorreram em 1997. À época, o modal seria construído pela Prefeitura. As obras começaram, a passos lentos, em 2000. Em 2013, a gestão foi transferida para o Governo do Estado, que inaugurou em 2014 a estrutura para utilização durante a Copa do Mundo. Portanto, foram 14 anos até o equipamento ficar pronto.
A ideia de levar o metrô até a Barra já existia, mas, em 2015, foi descartada no segundo termo aditivo do contrato entre a Sedur e a CCR Metrô, concessionária do metrô soteropolitano. O documento previa estações na Barra e na Pituba. A segunda foi descartada por conta da construção do BRT pela Prefeitura (veja abaixo).
Como os estudos encomendados pela administração Rui Costa ainda não foram detalhados à sociedade civil, há informações embrionárias sobre o provável traçado da expansão do modal até a Barra. Denominada de “Expansão Sul”, a etapa de incremento tem, até o momento, duas alternativas.
Na primeira, seriam três estações subterrâneas que sairiam da Lapa: Campo Grande, Graça e Barra (veja abaixo).
Na segunda, seriam quatro paradas elevadas: Garcia, Federação/Hospital Santo Amaro, Calabar e Barra.
A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder) elaborou um plano que estima que mais de 87 mil pessoas seriam impactadas em Salvador e em Lauro de Freitas por conta da expansão. O projeto, contudo, é baseado em dados do censo demográfico de 2010. Desta forma, a possibilidade é que ainda mais pessoas possam sentir os efeitos do metrô na região.
ATUALIDADE
O metrô soteropolitano possui, atualmente, duas linhas. A primeira abrange as estações Lapa, Campo da Pólvora, Brotas, Bonocô, Retiro e Bom Juá. A segunda tem as seguintes estações: Acesso Norte, Detran, Rodoviária, Pernambués, Imbuí, CAB, Pituaçu, Flamboyant, Tamburugy, Bairro da Paz, Mussurunga e Aeroporto.
A Linha 1 está prestes a ganhar mais duas novas estações: Brasilgás e Águas Claras. Este trecho, com 5 km de extensão, com saída da Estação Pirajá, estava previsto para operar a partir deste mês. O governo, no entanto, atualizou na última segunda-feira (29/5) a projeção. Desta forma, o empreendimento deve ser inaugurado em julho.
