Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que, só no último ano de gestão do governo Bolsonaro, houve distorções contábeis de R$ 202 bilhões em contas de cinco ministérios. Os relatórios de auditoria financeira de 2022 foram publicados em abril deste ano, mas a divulgação só ocorreu nesta quarta-feira (19).
De acordo com o documento, o Ministério da Agricultura registrou inconsistências de R$ 142,9 bilhões. A auditoria indicou ainda que a maior parte das distorções (R$ 134 bilhões) está atrelada a possíveis falhas contábeis no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que na gestão de Bolsonaro fazia parte do Ministério da Agricultura. São contabilização de imóveis e dos programas Fundo de Terras, Reforma Agrária e Funcafé.
Já no Ministério da Educação (MEC), as falhas são de R$ 17,1 bilhões. De acordo com a auditoria, as demonstrações da pasta "não refletem a situação patrimonial, o resultado financeiro e os fluxos de caixa" do MEC. Para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), por exemplo, foram registrados valores diferentes dos apresentados na Caixa e no Banco do Brasil. As distorções somam R$ 782 milhões.
Foi identificado ainda falhas de R$ 15,9 bilhões no Ministério da Saúde, relacionadas aos controles internos de pagamento de despesas e na gestão de medicamentos e estoques. No Ministério da Cidadania, a CGU apontou distorções de R$ 6,3 bilhões no pagamento dos programas Auxílio Brasil e Auxílio Gás. Já nos Ministério da Infraestrutura as falhas somaram R$ 20,3 bilhões. Um total de R$ 2,3 bilhões estava relacionado a erros nas contas envolvendo concessões de aeroportos.