Foto: Alan Santos/PR
O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, prestou um novo depoimento nesta quinta-feira (1º) à Controladoria-Geral da União (CGU) sobre o caso das joias sauditas. Cid repetiu o mesmo que já havia falado em depoimento à Polícia Federal, alegando que Bolsonaro queria reaver o pacote. A informação foi divulgada pelo G1.
Cid respondeu às perguntas como testemunha e não como investigado. Ele detalhou que Bolsonaro informou a ele, em meados de dezembro de 2022, sobre a existência de um presente retido pela Receita Federal e pediu que ele checasse se era possível regularizar os itens. De acordo com Cid, não houve ordem de recuperação do presente por parte do ex-presidente, mas sim uma solicitação.
Mauro Cid relatou que, em seguida, entrou em contato com Júlio César Vieira Gomes, então secretário especial da Receita. Gomes, por sua vez, confirmou que havia um pacote retido e que já havia um pedido de liberação dos itens datado de novembro de 2021, em nome do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Cid afirmou que Júlio César o orientou sobre como deveria ser feito o documento para solicitar à Receita a retirada do presente. A maior parte das tratativas aconteceu por meio do WhatsApp.
O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal investigam a entrada irregular no Brasil do conjunto milionário de joias, avaliado em R$ 16,5 milhões que seriam presentes do governo da Arábia Saudita. Em abril deste ano, o MPF apontou que o governo de Bolsonaro tentou incorporar as joias sauditas, presenteadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, como um bem privado e não como acervo público presidencial.