Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil / CP
A corte britânica remarcou para outubro de 2024 as audiências que irão julgar as responsabilidades da mineradora anglo-australiana BHP Billiton na tragédia de Mariana, em Minas Gerais. O processo em que os atingidos são representados pelo escritório anglo-americano Pogust Goodhead tramita desde 2018. O rompimento da barragem aconteceu em novembro de 2015.
Inicialmente, as audiências ocorreriam em abril de 2024. Mas, neste sábado (13), os juízes atenderam de forma parcial o pedido de adiamento da mineradora, que defendeu a realização da audiência apenas em 2025. A BHP Billiton queria um maior prazo para permitir a manifestação da Vale no processo. A defesa dos atingidos se manifestou contra o adiamento.
A BHP Billiton e a Vale são as acionistas da Samarco, mineradora responsável pela barragem que se rompeu na cidade mineira. Durante a tragédia, a avalanche de rejeitos alcançou a bacia do Rio Doce, impactando dezenas de municípios mineiros e capixabas. Dezenove pessoas morreram.
Na ação movida no Reino Unido, os atingidos sustentam que não há justiça suficiente sendo feita no Brasil. O escritório Pogust Goodhead representa milhares de atingidos, incluindo empresas, municípios e instituições religiosas. Em março, 500 mil novos autores aderiram ao processo. Ao todo, 700 mil pessoas e entidades são representadas pelo escritório. A defesa dos atingidos afirma que o processo gira em torno de R$ 230 bilhões.
A defesa da BHP Billiton, por outro ladom contesta a duplicação de julgamentos nos dois países e afirma confiar na reparação dos danos conduzidas pela Fundação Renova, sob a supervisão dos tribunais brasileiros. A Fundação foi criada em 2016 para administrar todas as ações reparatórias previstas em acordo firmado entre as mineradoras, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.