O governador Jerônimo Rodrigues (PT) prometeu dialogar com os professores das universidades estaduais da Bahia, que paralisaram as atividades na última quinta-feira (18/4) com intuito de pressionar o governo a atender as reivindicações de melhorias salariais propostas pela categoria.
Em coletiva de imprensa concedida na tarde da última quinta, na Assembleia Legislativa (AL-BA), Jerônimo indicou que, antes de dialogar com os educadores, realizará rodada de conversas com reitores das universidades. O encontro, que aconteceria nesta sexta-feira (19/4), foi remarcado para a próxima semana, em dia a ser divulgado. “Na sequência, conversaremos com os movimentos, inclusive com o estudantil”, garante o chefe do Executivo.
Para o governador, é necessário conversar com os reitores antes de atender os docentes. “Não posso conversar com o movimento sem antes ver com os dirigentes. Imagine se tiver uma pauta da Assembleia [Legislativa], como passo por cima do presidente sem tratar com a autoridade colocada ali?”, defendeu.
Apesar da tática escolhida, Jerônimo assegura que vai conversar com os professores. “Não vou me furtar de conversar. Só estou fazendo conta para, quando sentarmos na mesa, ver o que faço”, garantiu.
A paralisação realizada na última quinta incluiu, ainda, outras categorias do funcionalismo público estadual. Diversos destes segmentos fizeram um protesto no Centro Administrativo da Bahia (CAB), sede da AL-BA, onde Jerônimo cumpria agenda.
A pauta de reivindicações inclui, entre outros pontos, a reposição de perda de aproximadamente 50% no poder de compra dos salários, acumulados em nove anos; além de respeito aos direitos trabalhistas, que estariam sendo descumpridos; e do aumento de recursos às instituições como previsto na Constituição (pelo menos 7% da Receita Líquida de Impostos) para garantir o pleno funcionamento das instituições de ensino superior da Bahia.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o coordenador-geral da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb), Clóvis Piáu, afirma que o governo propôs 6.97% de correção salarial – incluindo 4% de reajuste em maio, com mais 2% em setembro, juntamente com a correção monetária do salário-mínimo. Para ele, “não há proposta de recomposição salarial”. “Estamos num momento difícil, que existe da base uma mobilização para que possamos lutar para garantir os nossos direitos”, disse.
Diante deste cenário, a Aduneb convocou a categoria para assembleias nos dias 25, 26, 29 e 30 deste mês para analisar a proposta apresentada pela gestão estadual.