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Camaçarí / BA - 22 de Dezembro de 2024
Publicado em 29/04/2024 21h03

Terreno onde foi construído prédio de 5 andares será anexado a terreiro e sediará memorial

Secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho revelou, em entrevista à Rádio Metropole, que prédio deve ser demolido ainda no mês de maio
Por: Metro 1

Terreno onde foi construído prédio de 5 andares será anexado a terreiro e sediará memorial

Foto: Reprodução/ Instagram/ Ile Ase Iya Naso Oka

Por: Metro1 no dia 29 de abril de 2024 às 19:28

A Prefeitura de Salvador determinou, na semana passada, a desapropriação do terreno localizado ao lado do Terreiro Casa Branca (Ilê Axé Iyá Nassô Oká), no bairro do Engenho Velho da Federação. No local, foi construído um prédio de cinco andares que ameaça a Casa de Axé. No comando da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho anunciou, nesta segunda-feira (29) em entrevista à Rádio Metropole, que além de desafetado, o terreno será anexado ao território da Casa Branca e sediará um memorial do terreiro.

“Estamos agora negociando com o proprietário e as famílias [que moram ali] para saírem, não parece que vai ser difícil, pra demolir o terreno, construir um memorial para o terreiro da Casa Branca, anexar ao terreiro, dando também ao terreiro a titularidade das terras que até hoje não tem”, disse o secretário.

A comunidade já reclamava desde 2018 da situação do prédio ao lado do terreiro, mas foi no ano passado que o caso ganhou repercussão. Por ser uma edificação tombada, qualquer obra no entorno do terreiro Casa Branca precisaria de autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o que não ocorreu. A obra chegou a ser embargada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) em 2022, mas a ordem não foi cumprida. Só em setembro do ano passado, a Justiça Federal determinou a interrupção imediata de qualquer construção no imóvel.

Durante a entrevista, Tourinho revelou que a expectativa é que o prédio seja demolido ainda no mês de maio. De acordo com ele, todo o processo envolvendo o prédio precisou ser estudado com cuidado.

“É uma ação que a gente tem muito orgulho de participar porque é o primeiro terreiro candomblé do Brasil, super importante para a cultura afro brasileira e para a cidade de Salvador. Conseguir uma solução pacífica, sem a necessidade de muita coisa judicial”, afirmou o secretário. 

Pressão popular

Questionado sobre a pressão popular nas decisões, Tourinho afirmou que ela é importante e deve ser vista com normalidade pelos gestores públicos.

“A crítica, mesmo quando aparentemente exagerada ou descabida, ainda assim pressiona o gestor público. Quem é gestor público não pode não gostar de críticas e não pode não achar normal receber, às vezes, uma reclamação mais duras”, disse. 

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